Jindra Kraucher relembra décadas de histórias e projetos no automobilismo
Piloto, empreendedor e uma das figuras mais respeitadas do automobilismo de longa duração no Brasil, Jindra Kraucher compartilhou com o Curva do S lembranças de uma trajetória que começou ainda na infância e se estendeu por diversas categorias, sempre guiada pela paixão pelos motores e pela competição.
Desde cedo, Kraucher se interessou pelo universo das corridas. Ainda jovem, se destacou no kart. “Comecei no automobilismo ainda pequeno, por volta de 10 anos de idade. Na verdade eu ganhei um kart com 6 anos, e aí com 10 anos eu comecei a participar de corridas”, contou o piloto paulista. Assim, ele conquistou títulos e consolidou sua entrada no esporte, um caminho que, ao longo dos anos, o levou a disputar provas em diversas frentes, tanto no Brasil quanto em eventos de destaque no calendário nacional.
Ao longo de sua trajetória competitiva, Jindra acumulou participações marcantes. Multicampeão de kart e minicarros, teve um hiato em sua carreira para retornar em 1984 na Formula Fiat onde sagrou-se vice-campeão brasileiro em seu ano de estreia. Na sequência, vieram a Fórmula Ford, onde conquistou a vitória na primeira corrida de rua realizada em Florianópolis (SC) e a vitória nas Mil Milhas Brasileiras de 1986. “A Fórmula Ford começou a ficar muito cara. Aí eu tive que parar. Fiquei 24 anos sem ir no autódromo, pra não dar coceira, pra não dar depressão”, brincou. Após esse hiato, Jindra teve um retorno triunfal em 2012 no Endurance, com título de Campeão Brasileiro na classe P1, título repetido em 2013 e a consagradora vitória nas 12 Horas de Tarumã no mesmo ano.
Sua carreira prosseguiu com mais capítulos vitoriosos nas provas de endurance, onde se estabeleceu como um dos nomes de destaque. Com o protótipo Sigma P1, projeto no qual esteve envolvido como piloto e diretor-geral, Jindra conquistou pódios e posições de destaque no Campeonato Gaúcho de Endurance, entre eles atuações de destaque com pole position e vitória na geral em provas como as 2 Horas de Guaporé com o carro #12.
A dedicação ao projeto Sigma, concebido e fabricado no Rio Grande do Sul pelos engenheiros Pedro Fetter e Evandro Flesch, consolidou Jindra não apenas como piloto, mas como um dos maiores incentivadores e idealizadores de iniciativas pioneiras no endurance brasileiro. Sobre o projeto da Sigma P1, Jindra conta como iniciou tudo. “A história do Sigma começou com dois engenheiros. Eles chegaram com um papel dizendo que iam construir um protótipo. A gente foi desenvolvendo o carro, geração dois, geração três, geração quatro e agora está na geração cinco. E é um carro, além de tudo, muito seguro.”
Além de sua carreira nas pistas, Kraucher também foi homenageado recentemente durante a primeira edição do Troféu Curva do S, evento que celebrou pilotos e equipes do automobilismo gaúcho. No evento, recebeu reconhecimento especial pelo vice-campeonato na categoria P1 em 2025, pela contribuição ao esporte e pela parceria com o Curva do S, reforçando a importância de sua presença e legado no automobilismo regional e nacional.
Na conversa com o Curva do S, Kraucher enfatizou que mais do que resultados, o que alimenta sua trajetória é o amor pelos carros, pelas provas e pela convivência com a comunidade do automobilismo, um sentimento que o mantém envolvido com as pistas mesmo depois de décadas de carreira.
Com uma história construída entre kart e competições de resistência, Jindra Kraucher segue sendo uma voz importante no automobilismo brasileiro, inspirando pilotos jovens e veteranos, e reforçando o valor do esporte como estilo de vida.
Confira o vídeo na íntegra no YouTube do Curva do S.
Texto por Éllen Pereira/Redação Curva do S | Fotos: Arquivo Pessoal e William Inácio (Gaúcho de Endurance e Troféu Curva do S)
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